Em momentos de oscilações econômicas intensas, empresas e empreendedores precisam de ferramentas sólidas para enfrentar a combinação entre alta inflação e juros elevados. Este artigo oferece um panorama detalhado e projeções oficiais de inflação para 2025, além de estratégias empresariais para preservar ganhos e estimular crescimento.
A inflação medida pelo IPCA para 2025 está estimada em 4,45%, ainda acima do centro da meta de 3%, mas abaixo do teto pela segunda semana seguida. Esse recuo reflete uma desaceleração moderada da economia, sem, porém, descartar pressões inflacionárias em setores-chave.
Paralelamente, a taxa Selic permanece em 15% ao ano, mantida pela terceira reunião do Copom, demonstrando o compromisso do Banco Central em manter taxas de juros altas para ancorar expectativas de preços. Apesar de custos de crédito elevados, essa medida visa conter o avanço indiscriminado dos preços.
A Selic é o instrumento central de política monetária. Quando elevada, busca-se a contenção da demanda aquecida interna, reduzindo o consumo e, consequentemente, a pressão sobre preços. No entanto, taxas mais altas se refletem em maior custo de financiamento para empresas e consumidores.
Os bancos, ao definirem suas taxas, consideram, além da Selic, fatores como risco de inadimplência, despesas administrativas e margem de lucro. Juros elevados podem frear a expansão de novos investimentos, mas são cruciais para manter a inflação sob controle.
Veja abaixo um resumo das principais projeções para os próximos anos:
Frente ao cenário desafiador, as empresas precisam agir com agilidade e criatividade. A seguir, apresentamos quatro pilares que ajudam a proteger margens, melhorar eficiência e gerar valor sustentável.
Uma das primeiras ações é revisar contratos e processos de compras. Identificar matérias-primas ou insumos substitutos pode reduzir despesas sem comprometer qualidade. Além disso, otimização de processos e recursos garante maior eficiência operacional.
Negociações com fornecedores devem considerar acordos de longo prazo com preços pré-definidos, compartilhamento de riscos e melhoria contínua de qualidade. A terceirização de serviços não essenciais e a renegociação de tarifas bancárias também ajudam a conter custos fixos.
Em ambientes inflacionários, antecipar compras é essencial. Ao investir em compras antecipadas em maior volume, a empresa trava preços atuais e ganha fôlego contra futuras altas de custos.
Ao mesmo tempo, é fundamental adotar técnicas avançadas de otimização de inventário, como análises de giro de estoque, previsão de demanda e coordenação com fornecedores para evitar excessos ou faltas.
Manter um portfólio enxuto focado em itens de maior margem e demanda constante ajuda a concentrar esforços produtivos. É fundamental realizar análise de lucratividade por produto para decidir quais linhas expandir, manter ou pausar.
Em seguida, adote políticas de precificação que equilibrem competitividade e rentabilidade. Segmentar ofertas por canal, regiões e perfis de clientes pode maximizar receita sem perder market share.
Nos períodos de pressão inflacionária, algumas táticas de preço se tornam valiosas:
Ao combinar essas ações, as empresas conseguem mitigar efeitos adversos, manter competitividade e gerar receita de forma consistente. A chave está na antecipação, no planejamento estratégico e no uso de dados para embasar decisões.
Embora o cenário de inflação elevada e juros altos seja desafiador, há oportunidades para quem age com inteligência e flexibilidade. Ao implementar práticas de gestão de custos, estoque, portfólio e precificação, você transforma obstáculos em alavancas de crescimento.
Em última análise, o sucesso dependerá da capacidade de adaptação e da visão de longo prazo. Com as ferramentas certas e uma abordagem proativa, é possível não apenas sobreviver a ciclos adversos, mas também sair deles mais forte e preparado para novas fases de expansão.
Referências