Em um mundo marcado por choques econômicos, tensões geopolíticas e altas dívidas públicas, investidores buscam ativos capazes de preservar patrimônio em longo prazo. O ouro e outras commodities emergem como alternativas sólidas quando as moedas fiduciárias mostram vulnerabilidade.
Neste artigo, exploramos o histórico, as tendências atuais e as formas práticas de alocar recursos em metais e commodities, oferecendo insights para proteger seus investimentos.
O início da década de 2020 ficou marcado pela pandemia de Covid-19, pela guerra na Ucrânia e por atritos entre grandes potências. Junto a esses eventos, veio uma inflação global elevada e a expansão das dívidas públicas, que hoje superam 300% do PIB mundial.
Esses fatores geraram um ambiente de juros reais baixos e aumentaram os balanços dos bancos centrais. Como consequência, ativos “duros” como ouro e algumas commodities ganharam destaque como proteção patrimonial em cenários extremos.
Desde o fim do padrão-ouro, o metal já valorizou mais de 11.000% em termos nominais. No ciclo mais recente, iniciado no final de 2023, o preço ultrapassou US$ 4.000 por onça, acumulando alta de até 60% em 2025.
As previsões para 2026 variam entre US$ 3.100 e US$ 4.700 por onça, segundo J.P. Morgan, UBS e Goldman Sachs. Esses números refletem crescimento do déficit fiscal dos EUA, riscos geopolíticos e a diversificação de reservas internacionais.
A demanda institucional é robusta: entre 2022 e 2024, bancos centrais adquiriram mais de 3.000 toneladas líquidas de ouro. Em 2025, países como China, Turquia e Polônia mantêm ritmos de compras recordes. Até o Brasil voltou a comprar, somando 15 toneladas no terceiro trimestre.
Essas qualidades tornam o ouro uma ferramenta indispensável em portfólios diversificados, sobretudo para quem busca estabilidade financeira em tempos incertos.
No mercado nacional, há opções variadas:
A escolha depende de objetivos, horizonte de investimento e perfil de risco. Para investidores iniciantes, ETFs podem ser o ponto de partida mais simples.
Além do ouro, outras commodities vêm ganhando atenção. O petróleo segue importante para economias exportadoras, enquanto minerais como lítio, cobre e minério de ferro são vitais para a transição energética.
Essas matérias-primas são mais voláteis que o ouro, mas podem elevar ganhos em momentos de alta cíclica.
O mercado de commodities não está imune a choques: liquidações forçadas, oscilações bruscas de preço e impactos socioambientais, como garimpo ilegal e conflitos locais.
O setor de mineração na Amazônia, por exemplo, levanta debates sobre sustentabilidade e respeito às comunidades tradicionais. Investidores conscientes devem considerar fatores ESG e buscar certificações que garantam práticas responsáveis.
Essas medidas podem reforçar a resiliência do seu portfólio diante de novos choques econômicos ou geopolíticos.
Em resumo, ouro e commodities oferecem estratégias de proteção e crescimento em cenários turbulentos. Com informações sólidas, prazos bem definidos e atenção a riscos socioambientais, é possível aproveitar o melhor desses ativos para construir um futuro financeiro mais seguro e sustentável.
Referências